sábado, abril 22, 2006

MOÇÃO SOBRE CENTRO HOSPITALAR DO PS, RECUSADA PELA ASSEMBLEIA EM CONIVÊNCIA COM A "MÁ GESTÃO" DA ADMINISTRAÇÃO

Só o Grupo Socialista votou favoravelmente a MOÇÃO, que solicitava a demissão da Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo.

Confirmou-se assim a conivência do PSD, dos Independentes, da CDU e dos Bloco, à má gestão que vem prejudicando Tomar ao longo dos anos no Centro Hospitalar do Médio Tejo.

Tal atitude, injustificável, na defesa dos interesses de Tomar, deverá ser bem avaliada por parte da população: QUEM ESTÁ AFINAL AO LADO DA POPULAÇÃO E QUEM ESTÁ AO LADO DOS INTERESSES?


MOÇÃO

Nos termos da alínea a) do Artº15º e alínea n) do nº1 do Artº24º do Regimento da Assembleia Municipal, o Grupo Socialista da Assembleia Municipal, depois de devidamente analisada e avaliada a situação vivida no Centro Hospitalar do Médio Tejo, dos dados fornecidos pelo documento de trabalho da Comissão Municipal de Acompanhamento do Hospital de Nossa Senhora da Graça e aprovado por unanimidade nesta Assembleia Municipal e atendendo a toda a especulação pública que se tem verificado nos últimos dias sobre os cuidados de saúde prestados ou a prestar às populações no nosso Concelho e considerando:

1. Que a actual Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, não tem sabido gerir de forma clara, justa e aceitável a complementaridade entre os três pólos do Centro Hospitalar do Médio Tejo - Tomar, Torres Novas e Abrantes.
2. Que complementaridade não deve significar dependência. Para Tomar a complementaridade baseou-se até agora em pressupostos ainda não cumpridos.
3. Que o novo Hospital de Tomar presta menos e piores serviços que o antigo.
4. Que para a comunicação social têm sido emitidas diversas tomadas de posição contraditórias, que não têm sido esclarecidas devidamente por essa Administração do Centro Hospitalar.
5. Que com estas atitudes contraditórias fica criado um ambiente de suspeição de favorecimento de uma Unidade em detrimento de outras, o que em nada favorece a opinião dos cidadãos sobre a forma de gestão e administração dos serviços de uso público, nem o trabalho dos profissionais que devem estar preocupados apenas com o exercício da sua profissão.
6. Que a actuação dessa Administração não satisfaz a população, os profissionais e a Sociedade Civil em geral, devendo ser esse o principal objectivo de actuação do Centro Hospitalar, o que neste momento não parece verificar-se.
7. Que a manter-se a actual situação estamos em crer que possa existir uma total desmotivação dos funcionários - médicos, enfermeiros e outros profissionais.
8. Que deverá ser cumprido o Plano Funcional aprovado em 1998 aquando da constituição do Centro Hospitalar, o qual até hoje não foi alterado, mas também ainda não foi satisfatoriamente cumprido, faltando em Tomar as diversas especialidades cirúrgicas e que se tal não for cumprido, será a altura então de considerar a hipótese de separação do Centro Hospitalar e autonomizar cada uma das Unidades Hospitalares.
9. Que praticamente só de Tomar existe pessoal destacado noutros hospitais e que o nosso Hospital é o parente pobre do Centro Hospitalar, tendo sido o armazém ou fonte de recursos para quando algo falta nos outros e que tal situação, quanto a nós, não se pode manter!
10. Que com esta situação poderá estar a ser prestado um mau serviço aos cidadãos, não só do Concelho de Tomar, mas de todos os Concelhos envolvidos.
11. Que o actual Conselho de Administração tem tido uma série de instrumentos de gestão para implementar. Não houve no entanto, até agora, qualquer mostra de saber aproveitar devidamente os recursos físicos e humanos do Centro Hospitalar.
12. Que a experiência do Centro Hospitalar não está a funcionar com eficiência de acordo com os novos padrões que se requer na gestão pública, nem se prevê que funcione a manter-se a actual política de gestão do respectivo Conselho de Administração.
13. Que a verticalização do sistema de saúde, envolvendo os Centros de Saúde e as diferentes Unidades de Saúde Hospitalar, é o modelo que deverá ser seguido e que esta é a visão estratégica que melhor serve os interesses, quer da população do Concelho de Tomar, quer dos restantes Municípios do Médio Tejo,
14. Que Tomar assumiu ao longo dos últimos oito anos os seus compromissos, em matéria de complementaridade Hospitalar e respectivas responsabilidades inerentes, cabendo agora também aos outros assumir as suas.

A Assembleia Municipal de Tomar, reunida em 20 de Abril de 2006, delibera:
1. Exigir que seja cumprido o Plano de Gestão do Centro Hospitalar, optimizando os recursos humanos disponíveis, maximizando as capacidades das diferentes Unidades Hospitalares existentes, de forma a cumprir eficazmente o serviço público a nível dos cuidados de saúde;
2. Exigir a imediata demissão do seu Conselho de Administração, certo de que este, depois da sua completa incapacidade de gerir a situação, não tem quaisquer condições para continuar a merecer a confiança, nem dos cidadãos dos diferentes Concelhos envolvidos.
3. Aprovar esta moção e dar dela conhecimento da mesma ao Ministério da Tutela e transmiti-la à comunicação social.