sábado, janeiro 26, 2008

Intervenções da Deputada Vera Simões na Assembleia Municipal, sobre o PDM

a. SOBRE A ESTRATÉGIA PRELIMINAR DE DESENVOLVIMENTO PARA O CONCELHO

É necessário a implementação de um modelo que assegure o desenvolvimento económico e social e a igualdade no acesso aos equipamentos e serviços públicos num quadro de sustentabilidade de solidariedade intergeracional.

Entendo que pertencer a uma comunidade é também reconhecer as suas virtudes, sendo que nos encontramos num momento em que devemos reflectir sobre qual o modelo de desenvolvimento que pretendemos deixar àqueles que aqui estarão depois de nós.

Este modelo deve passar por uma politica de proximidade e promoção de um desenvolvimento territorial integrado e que oriente as dinâmicas próprias da pressão urbanística para uma distribuição geográfica equilibrada da densificação urbana e da instalação de equipamentos públicos e de lazer, bem como para a qualificação geral do espaço público urbano.

Do 2º principio apresentado na estratégia preliminar de desenvolvimento e ordenamento proposta, verificou-se que existe tanto um despovoamento do centro histórico da cidade como dos núcleos urbanos em espaço rural nomeadamente nas freguesias mais afastadas da cidade sendo que estamos no presente a assistir a um elevado indicie de envelhecimento da população do concelho.

Estas questões prendem-se essencialmente com o facto de haver uma escassez de oferta de habitação colectiva e do elevado preço da habitação quando comparados com concelhos vizinhos.

O objectivo da 3ª linha de orientação estratégica aponta para uma revitalização do centro histórico da cidade, bem como a consolidação da mesma e dos restantes aglomerados urbanos, sendo uma das medidas para consecução desses objectivos a criação de uma entidade object oriented.

Assim na qualidade de jovem espero que as medidas tomadas para o atingir destes objectivos possam permitir que os jovens procurem Tomar e seu concelho por este ser um local atractivo para se estabelecerem e construírem aqui as suas vidas, propósito este que não tem vindo a acontecer nos últimos tempos.

Espero ainda, que todas as questões anteriormente referidas possam estar salvaguardadas no PDM, haja ombriedade na consecução das mesmas, nunca se cedendo a eventuais pressões economicistas, por forma a que o desenvolvimento de Tomar não seja feito by the easy way, but by the better way.
Vera Simões, 25/1/2008
b. A ENTIDADE OBJECT-ORIENTED DE PROMOÇÃO TURISTICA (E CULTURAL)
Da administração local espera-se, a par da garantia de um nível satisfatório de infra-estruturas, um papel importante como catalisador e mediador de projectos envolvendo, sempre que possível, agentes locais dos sectores privado, público e associativo, de modo a melhor corresponder às necessidades e potencialidades localmente identificadas.

O turismo constitui hoje uma verdadeira indústria de lazer, com um peso significativo no conjunto das actividades económicas que animam o funcionamento das sociedades contemporâneas. O nosso concelho tem um património cultural e paisagístico que importa preservar na sua essência e dinamizar em torno dos novos desígnios da procura turística, criando as infra-estruturas de equipamentos e serviços necessários ao seu aproveitamento integral.

A capacidade para inovar e criar especializações no domínio da oferta de qualidade, que nos diferencie positivamente, é um desafio fascinante colocado à gestão municipal, em áreas tão diversas, mas complementares entre si, como a gastronomia tradicional, a cultura local, os percursos naturais e as festas tradicionais.

Sendo o turismo um factor importante na dinamização económica do concelho, a constituição de uma entidade object oriented é fundamental para o desenvolvimento turístico do mesmo, no entanto é necessário definir claramente o modelo turístico de Tomar, através da análise das diferentes valências turísticas do concelho e a forma como estas se podem interligar.

Tomar vale pela sua história, Tomar vale pela sua riqueza cultural, assim o turismo cultural deve ser uma âncora para o nosso concelho, sendo importante criar ofertas turísticas que complementem esta valência.

A criação de uma empresa municipal ligada à gestão e promoção do turismo e cultura deve ter sempre em atenção as raízes tradicionais e culturais de Tomar, pensar em inovar e criar expectativas, mas sem cair no erro de seguir tendências que não se coadunam com a realidade local.
Um documento de apoio que poderia servir de base para esta entidade seria um documento já aqui apresentado nesta mesma assembleia pelo PS que integra ideias e estratégias ligadas à cultura para desenvolvimento do concelho tais como a criação de uma Pousada de Juventude no Concelho de Tomar; desenvolvimento de iniciativas de animação turística através de operadores turísticos, criação de uma rota arqueológica romana, entre outras.
Vera Simões, 25/1/2008