domingo, agosto 10, 2008

Organização da Feira de Santa Iria

Comunicado

Conhecedores já da forçada decisão de reposição da Feira de Santa Iria no seu local habitual – a Várzea Grande – o Secretariado da Concelhia de Tomar do Partido Socialista, entende dever fazer público o seguinte:

Sabemos que este volte face em algo que havia sido anunciado com tanta pompa, sucede fundamentalmente por uma questão evidente: a legítima recusa dos vendedores em aceitarem o local que a Câmara pretendia. Obviamente, sem vendedores não há Feira.

Em primeiro lugar aqui se exibe da fragilidade desta Câmara, incapaz de conduzir com sucesso a generalidade dos dossiês, tomando quase sempre decisões que à maioria são contrárias, e que, como no caso, quando de outros dependem, são destinadas ao fracasso por inépcia de aceitação. É mais um exemplo da enorme falta de liderança desta Câmara para com o concelho que a elegeu.

Uma Câmara Municipal é no concelho para tudo a primeira entidade, a primeira autoridade a tomar conta dos interesses dos munícipes, a defendê-los, a aconselhá-los, e a resguardar, promover, prestigiar os “brasões” do seu concelho; como este, a Feira de Santa Iria. Mas há muito, e muito pelo contrário, que a Câmara de Tomar prova não conseguir ser nada disso.

Já em reunião de Câmara, através do vereador Carlos Silva, havia o PS colocado as seguintes questões: qual a legitimidade da Comissão da Feira para decidir a alteração do local sem a prévia decisão em reunião de Câmara, e a que ponto seria benéfica a separação das duas feiras (das Passas e Santa Iria).

E já aí uma vez mais referimos a “experimentação avulsa e superficial”, desprovida de planeamento, como se testemunha, de medidas que, no caso concreto, têm normalmente o efeito de debilitar mais ainda a Feira de Tomar.

Esta é mais uma de quase todas matérias em que o PSD tem sido afinal coerente com a forma como se apresentou nas últimas autárquicas aos tomarenses. Sem programa autárquico, as suas acções têm-se pautado por medidas inconsistentes, sem planeamento, sem estratégia ou visão clara e partilhada, sem capacidade para envolver os agentes nas decisões, e de forma global os cidadãos.

No caso, naturalmente que concordamos que a Várzea Grande, que infelizmente continua a ser um baldio quando podia e deveria ser um dos espaços mais nobres da cidade, não tem há muito as condições necessárias para a realização deste tipo de eventos. – No PS, há muito defendemos a construção de um parque de Feiras. – Mas a mudança da Feira para qualquer outro local, com evidentes perdas pela deslocalização desta do centro da cidade para um qualquer outro que será sempre periférico, obriga a trabalho prévio, obriga a preparação e apetrechamento do local, e sensato envolvimento dos agentes, ou seja, dos vendedores.

Não se pode ter uma ideia luminosa num gabinete e achar que isso basta, como no caso patente. Não se pode achar que trocar um baldio no centro da cidade por pior baldio fora da cidade é troca que convença alguém, e que tal dignifique a Feira e os que nela vendem, bem como ao concelho.

O PS foi na Câmara, quando todos os outros votaram favoravelmente, a voz que levantou dúvidas, abstendo-se de tomar decisão em algo, que como quase tudo, não era para a Câmara mais que um acto consumado, e logo aí afirmámos que neste assunto deixaríamos aos tomarenses o seu acordo ou desacordo. E assim se mostra, que ao menos uma parte deles já o evidenciou.

É mais uma lição para esta Câmara. Lamentavelmente, acreditamos que ela seja em todo caso inconsequente, pois ao longo destes anos a mesma se tem mostrado de tal forma má aluna, que há muito deixámos de crer na sua capacidade de aprendizagem.

Tomar, 8 de Agosto de 2008.
O Secretariado da Concelhia de Tomar do Partido Socialista.