sábado, novembro 26, 2011

PS TERMINA ACORDO DE PARTILHA DE PODER COM PSD NA CAMARA DE TOMAR

Reunida a sua Comissão Política a 25 de Novembro de 2011, entende o PS de Tomar fazer público o seguinte:

Há dois anos atrás o PS aceitou empenhado, o convite endereçado pelo PSD, no sentido de partilhar a gestão municipal e os SMAS, uma vez que os eleitores lhes haviam retirado a maioria. Alertámos ao tempo, para as divergências profundas que sempre tivemos em relação a diversas matérias estratégicas para o futuro do Concelho, como fossem a pró-actividade no apoio ao crescimento económico, o modelo geral de gestão do Município e dos SMAS, a incompreensível teimosia em relação ao negócio com a ParqueT, a resolução do problema do Mercado Municipal, o desenvolvimento do trabalho conjunto com as Juntas de Freguesia, um novo modelo de apoio a todo o Associativismo, entre outras.

O acordo então celebrado, consignava como obrigação principal, o dever de consulta e trabalho conjunto, entre os parceiros, PSD e PS, para todas as decisões estratégicas e relevantes para o futuro do Concelho, o que nunca foi feito.

Desde cedo o PSD amarrado a 12 anos de maioria absoluta e a modelos de gestão pública completamente ultrapassados que não respondem às necessidades da população do Concelho, demonstrou incapacidade de diálogo, falta de visão estratégica, incapacidade de aceitação de novas soluções, quer para os permanentes problemas do Concelho, quer para os novos desafios entretanto advindos e, sobretudo incapacidade de decisão, prejudicando desta forma o Concelho.

Nas áreas da gestão Municipal que entretanto nos estiveram confiadas, Gestão de Obras particulares, Bombeiros e Protecção Civil, durante dois anos e Turismo, Cultura, Museus e Parque de Campismo durante um ano, demonstrámos que não só era possível fazer diferente, como prestar melhor serviço à população. Demonstrámos ainda ser possível gerir de forma estratégica, quer os bons recursos humanos que o Município tem, quer as vontades colectivas dos parceiros que na sociedade tomarense existem.

Infelizmente, o PSD não soube aproveitar, em prol do futuro de Tomar, a oportunidade que lhe foi dada, para a correcção do rumo que seguiu durante 14 anos.
O resultado desta gestão unilateral, de perda sucessiva de oportunidades, mede-se pelo empobrecimento permanente do Concelho, que baixou a nível nacional, em 10 anos, do lugar 59 do Índice de Poder de Compra, para o lugar 91.
Mede-se pela ausência de uma política social integrada, que permita apoiar as famílias em risco, pela insensibilidade e desumanidade no tratamento dos mais pobres e débeis do Concelho.
Mede-se pela irresponsabilidade de perder oportunidades de financiamento, que poderiam ter levado, por exemplo, à resolução do endémico problema do Mercado Municipal.
Mede-se pela incapacidade de fazer os investimentos exigíveis no Associativismo, nos Centros Escolares, no apoio às pequenas e micro-empresas, na promoção da desburocratização dos processos.
O PSD demonstrou, ao longo destes últimos 14 anos, ser incapaz de decidir bem e em tempo útil, para que Tomar pudesse submergir do estado letárgico a que, por sua única responsabilidade, atingiu hoje.

Este conjunto de constrangimentos e de incapacidades levou paulatinamente à degradação da gestão municipal, à qual acresce um total desfasamento para com as reais necessidades do Concelho e alheamento deliberado às dificuldades presentes.

Tal actuação veio culminar nesta última assembleia municipal, mais uma vez sem qualquer discussão prévia, com a tentativa de inclusão numa revisão orçamental, de forma absolutamente abusiva para os interesses do município e sem qualquer viabilidade de aplicação, a verba de 6.500.000€ destinados a pagar à Parque T, questão que há mais de um ano é ignorada, por mais que alertássemos para a necessidade de encontrar uma solução para esse gigantesco erro criado em exclusividade pelo PSD.

Assim sendo, o PS não poderia continuar a tolerar esta forma autocrática de gestão ruinosa para o Concelho.

A Comissão Política Concelhia do PS decidiu assim, por esmagadora maioria, terminar o incumprido acordo de partilha da gestão municipal, tendo como consequência mais imediata a colocação à disposição das funções que estão acometidas aos dois vereadores socialistas e à vogal do Conselho de Administração dos SMAS.

Desprendidos do poder vão, e porque toda a paciência tem limites, o PS tinha de colocar um ponto final nesta situação, na expectativa de que tal constitua o ponto de partida para a construção de um novo futuro para o Concelho.
Acreditamos que Tomar tem solução e aqui queremos continuar a criar os nossos filhos e netos, a viver e ser felizes com os nossos pais e avós.

Fechado definitivamente este capítulo do qual saímos mais conhecedores e determinados, cientes sempre que a política e a gestão pública democrática devem fazer-se com base no diálogo, na discussão construtiva e na procura dos consensos alargados, o PS continuará como sempre a mostrar a capacidade crítica e as opções correctas, reafirmando-se incessantemente como a alternativa credível para trabalhar por Tomar e pelos tomarenses.

O PS está hoje, como sempre no passado, disponível para fazer parte das soluções e não dos problemas.