domingo, abril 10, 2005

CARLOS SILVA INDIGITADO CABEÇA DE LISTA DO PS À CÂMARA DE TOMAR

Carlos da Piedade Silva, de 55 anos, Técnico Tributário na Repartição de Finanças de Tomar, ex-Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais (1993-97), foi indigitado pela Comissão Política do PS, em votação secreta que recolheu o apoio de 17 dos 30 membros que votaram, à qual assitiu o Presidente da Federação do PS, em exercício, Fernando Pratas.

Nos termos do Regulamento de Escolha dos Candidatos do PS às Autárquicas de 2005, mais nenhum cidadão foi proposto pelos membros da Comissão Política, tendo Carlos Silva sido proposto por Anabela Freitas e Jorge Franco.

O nome de Carlos Silva será agora ratificado, primeiro pelo Secretariado da Federação, que se reunirá nesta segunda-feira, dia 11 de Abril e em posterior reunião da Comissão Política Concelhia.

Esta escolha, claramente maioritária e sem alternativa proposta, foi tomada depois de mais de dez intervenções, evidenciando a importância das qualidades de Carlos Silva enquanto cidadão, homem sério e solidário, perfil considerado mais do que adequado para coordenar a vasta equipa de candidatos que o PS apresentará às eleições de Outubro.


Carlos Silva apresentou-se, com a seguinte intervenção:

Caros camaradas,

Sou um homem que tem passado pela vida com uma preocupação essencial, tentar vivê-la feliz, e naquilo que me é possível, ajudar aos que me rodeiam também eles atingir essa felicidade, pois será também a minha. E penso que sou reconhecido como tal.

Sou um homem com 55 anos, 55 anos crescidos, vividos, sofridos por vezes, em Tomar.

Sou um nabantino de gema, que tenho orgulho em o ser, e que penso ser reconhecido nesse orgulho.

Uma única vez tive um cargo político, no mandato que fiz à frente da Junta de Santa Maria dos Olivais, e ao qual não me quis recandidatar por razões pessoais, mas também outras mais negativas e que forma geral, penso que os militantes do Partido conhecem.

Penso no entanto, que o meu trabalho à frente da Junta, a maior do concelho, e com toda a importância social e eleitoral que tem, ter sido reconhecido como bom, e tendo também aí contribuído para uma imagem positiva do Partido.

Penso que é isso que tenho feito sempre, as pessoas conhecem-me e sabem que sou do PS, sou solicitado pelas câmaras dos jornalistas, à minha volta cria-se empatia, tenho fortes amigos em todos os quadrantes políticos, mas é ao PS que entrego o meu esforço, a minha disponibilidade. Tenho a certeza que o reconhecem.


Sei que não sou o candidato perfeito, como sei que ele não existe.

Sei das enormes dificuldades em ganharmos à actual maioria na Câmara, sei bem quais as probabilidades com que partimos para o combate.

Sei que para as nossas dificuldades também muito contribui a imagem externa do partido, do qual todos somos culpados. Mas tenho a noção de me encontrar um pouco à margem dessas situações, por, penso eu, nunca ter contribuído para elas. Estive disponível para o Partido, e para os do Partido, sempre que me quiseram. E penso que o mostro mais uma vez, consciente das dificuldades que encontrarei, certo que em nada preciso do Partido, e que mais fácil era ficar de fora, ao disponibilizar-me para um lugar desejado por muitos, mas levado a sério, penso eu, por poucos.

Acreditem se quiserem, mas até há bem pouco não pensava vir a disponibilizar-me para esta tarefa. Trabalhei sim, com empenho, com entrega, no seio de um grupo e de um projecto, para que outros pudessem aqui chegar. Mas são assim as lições da vida, e todos até ao último dia estamos a aprender. As pessoas, por uma razão ou por outra, nem sempre são o que parecem ser, umas mudam, outras escondem, outras mentem.

A verdade é que para mim o mais importante são os valores, a humanidade de uma pessoa, e mais importante não foi a decepção de ter perdido um candidato a Presidente de Câmara, ou a sensação de me ter empenhado por uma pessoa que afinal desiludiu, e mostrou enfim, não ser bem o que parecia ser. O pior e o mais importante sim, foi a sensação de ter perdido um amigo.

Essa sensação, tenho-a aqui todas as vezes que nos reunimos, este espaço que deveria ser o de um grande grupo de amigos, que se encontravam para discutir, e debater pontos de vista, respeitando e aceitando-se no entanto; sem atropelos, sem ódios, sem tentativas de uns aos outros se destruírem.

Gostava de ver um partido unido, com uma imagem de credibilidade, de competência, de diferença, de alternativa. Temos o que temos.

Não é tempo de suspirar, não é tempo de conspirar, não é tempo de destruir.

É tempo de coragem, é tempo de disponibilidade, é tempo de humanidade, é tempo de seguir em frente, estejam os que estiverem.

Sei que não agradarei a todos, como ninguém agradaria. Sei o que me vão apontar, como outros argumentos apontariam, a outro que fosse o candidato.


Nos anos que a vida já me leva, fui aprendendo muito, com erros, com certezas, com amigos, com colegas, e até com aqueles que por uma razão ou por outra menos gostam de mim. Chegado a esta fase, sei o que me deve preocupar, e na vida há poucas coisas realmente importantes, no meio de tudo aquilo que não interessa.


O que me deve preocupar, e o que deveria preocupar a todos, é o tentar fazer algo com o algo que temos, caminhar em frente, que o tempo é curto.


Tenho ideais, tenho projectos, mas eu não quero que aceitem as minhas ideias ou o meu projecto, quero sim que o Partido Socialista tenha um projecto, que os socialistas tenham ideias, e que todos as possamos levar à prática.


Desejo um concelho mais moderno, mas sem esquecer o seu passado.

Temos uma cidade cheia de monumentos, e onde os melhores e mais importantes são as pessoas, não podemos nunca esquecermo-nos disso. É para as pessoas que temos de trabalhar, é nelas que temos de pensar, é a melhoria da sua vida que deve ocupar os nossos objectivos e é esse objectivo que quero para a Câmara Municipal.

É para o futuro desta cidade, e para o futuro dos nossos.

Eu tenho dois filhos ainda a estudar. Gostava muito que depois de acabados os seus estudos, eles tivessem a oportunidade de poder continuar a viver por cá. Não é isso que gostávamos todos?


Eu não sei se podemos, ou se vamos ou não ganhar, mas precisamos de acreditar nisso. Precisamos que todos acreditem.

E eu quero levar este Partido e os que com ele vierem, a cada porta, a cada casa, a cada tomarense e dizer-lhe que temos pessoas preocupadas, que temos projectos, que temos ideias, que temos vontade, que temos ambição para fazer algo diferente por Tomar.

Dizer-lhes que amo tanto esta terra quanto eles. Dizer-lhes que posso ser um recipiente da sua confiança, que serei olhos e ouvidos para ver e ouvir as suas preocupações. Dizer-lhes que há, que podem ter uma esperança, e que todos e cada um de nós tem que nela acreditar.

E gosto de pensar que as pessoas me conhecem, e que sabem que lhes falarei verdade.


Dizer-lhes que seremos na autarquia, os exemplos da determinação, os exemplos da verdade, os exemplos da honestidade.


Dizer-lhes que queremos uma cidade de progresso, sem se desviar do que sempre foi: uma cidade bonita, pacata e no entanto líder duma região. Uma cidade onde apeteça e seja de facto possível, para todos, viver. Uma cidade onde o rico e pobre possam igualmente viver, e ter iguais oportunidades.


Uma cidade de igual acesso ao Desporto, onde não só os que o podem pagar o possam praticar.

Um concelho onde a Cultura seja para todos, e feita em primeiro lugar, por aqueles que por cá, no terreno, se esforçam, lutam, por a fazer e por a mostrar.

Um concelho onde o Associativismo, grande riqueza da nossa terra, seja de facto, apoiado.


Um concelho de Emprego, e se empregos não vierem para a nossa terra, então teremos que correr atrás deles, e das empresas que os puderem criar, e trazê-las para cá, dar-lhes oportunidades, incentivos, para que por cá fiquem e por cá prosperem.

Um concelho onde quem viva nas freguesias tenha as mesmas oportunidades que os que vivem na cidade. Um concelho onde viver nas freguesias seja tão fácil como viver na cidade.

Onde os serviços sejam rápidos, simples, e justos no seu preço.

Um concelho onde os mais novos sejam estimulados e os mais velhos sejam acarinhados e acompanhados.

Uma cidade reconhecida, visitada, carismática. Uma cidade onde o Turismo, aliado à Cultura, ao Desporto, aos Eventos de variadas ordens, sejam um pulsar da nossa economia e da jovialidade da nossa terra.

Lembrar a todos que fomos terra de cavaleiros, que fomos refúgio de pensadores, que aqui se planearam as descobertas.

Temos história, beleza e tradições. E temos um futuro que precisamos de preparar desde já.

Não quero ser um Presidente de gabinete, nos gabinetes devem estar os técnicos, quero ser um Presidente que esteja ao lado dos seus cidadãos, um Presidente que vá onde os problemas estiverem, que vá onde sentir que é necessário, e onde as pessoas o pedirem.

Quero ser um Presidente em que os cidadãos confiem, que saibam o sente realmente e não o que diz nos discursos.

Sou desta terra, toda a vida fui desta terra, e o que quero é o que quero para mim, que os que nela vivem, vivam felizes.

Sou uma pessoa orgulhosa, sei que o sabem, e o orgulho que tenho em mim próprio, é o orgulho que quero que esta terra tenha em si mesma, o orgulho que cada tomarense sinta ao dizer que é de Tomar. É algo que nos é próprio, o orgulho dos tomarenses, mas que tão em baixo tem andado. É esse orgulho que quero ajudar a restaurar.

Por isso, me disponibilizo para ser o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Tomar.

Tomar, 9 de Abril de 2005, Carlos da Piedade Silva