Decorrida em Tomar, a 3ª edição da Universidade de Outono, uma organização da Federação Distrital do Partido Socialista em parceira com a concelhia de Tomar foi um sucesso. Este é o resumo do segundo dia de trabalhos.
A actividade iniciou-se logo pela manhã sob o mote da “Exigência da Gestão Municipal Financeira e o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), com a intervenção de Nelson de Carvalho, Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, falando da gestão de proximidade e planeamento, alertando para a necessidade de repensar as funções do Estado, falando ainda de como as cidades devem ser promotoras de desenvolvimento económico e social.
Em seguida Fonseca Ferreira, presidente da CCDR de Lisboa e Vale do Tejo falou dos desafios do QREN, das dificuldades e oportunidades a ele associadas, da necessidade em delegar em mais entidades, fazendo referência à necessária regionalização. Afirmou ainda, que com as recentes decisões, nenhuma Câmara tem a partir de agora desculpa que não sejam os próprios erros, para não aprovar o seu PDM.
Ao fim da manhã, Vasco Franco, deputado e ex-Vice Presidente da Câmara Municipal de Lisboa falou dos novos modelos e desafios de gestão de cidades, dos exemplos globais às aplicações locais, focando o essencial da sua intervenção na necessidade de desenvolver um plano estratégico, capaz de envolver as diversas forças vivas num objectivo comum que leve ao desenvolvimento, ao invés da prática usual de encomendar planos a empresas que os produzem em série, e que raramente depois saiem do papel. Deu diversos exemplos de cidades mundiais com casos de sucesso e também alguns exemplos portugueses.
Já à tarde, agora sob o tema da participação popular, Rui Barreiro, vereador e ex-Presidente da Câmara de Santarém falou de diversas experiências de Orçamento Participativo em alguns concelhos do país, método que apela a maior participação de cidadãos e entidades na elaboração dos Orçamentos municipais e que agora ganha maior notoriedade, por ser este ano aplicado na Câmara de Lisboa. Não deixou de ser referido com ironia, o desconhecimento da matéria por parte do Presidente da Câmara de Tomar que em Assembleia Municipal última, e em resposta a proposta do PS de aplicação deste método em Tomar, afirmou que esse método é ilegal.
Paulo Caldas, Presidente da Câmara do Cartaxo e membro do Comité Europeu das Regiões, fechou o tema, falando do planeamento financeiro municipal noutros países, em especial da América Latina e Europa de Leste. Alertou para a necessidade de economia de escala e da intermunicipalidade quer em projectos de desenvolvimento quer em infra-estruturação, falando também da necessidade de regionalização do país.
José Becerra Vitorino, candidato do PS à Câmara de Tomar, iniciou o segundo painel da tarde, focando exactamente a necessidade de uma nova gestão autárquica em Tomar, capaz de criar uma visão de futuro possibilitadora de maior desenvolvimento e qualidade de vida. Focou diversas necessidades do concelho, tal como a revisão do PDM para o desbloquear de situações injustas, promover progresso e resolver situações individuais relacionadas com a habitação. Falou ainda da necessidade de verdadeiro aproveitamento das capacidades instaladas como o Convento de Cristo, a Sinagoga e variado outro património como forma de afirmação de identidade e promoção diferenciadora do concelho, capaz de criar atractivos que levem a uma maior capacidade de criação de riqueza e emprego.
Paulo Fonseca, Governador Civil de Santarém começou por felicitar a concelhia do PS de Tomar pela escolha de Becerra Vitorino para candidato à Câmara de Tomar, elogiando-o pela sua intervenção. Falou das diversas conquistas recentes do PS em investimento para o distrito de Santarém, e do trabalhoso ano eleitoral que se aproxima, onde o PS se vai mostrar com argumentos fortes e sólidos, fruto do trabalho realizado.
Encerrando a tarde de trabalhos e partindo do mesmo tema, Pedro Silva Pereira, Ministro da Presidência do Conselho de Ministros, falou do trabalho do Governo, das linhas de força do Orçamento, além do mérito desta iniciativa local do PS, apontando-a como exemplo de bom trabalho e discussão e política que aos socialistas enobrece. Falou naturalmente dos desafios eleitorais que se aproximam, das incoerências da oposição, e do facto do PS ser o único partido que, ainda que tomando medidas difíceis, é capaz de liderar o país pelas dificuldades da crise conjectural que o mundo atravessa.
No encerramento da Universidade, já ao jantar, Paulo Campos, Secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas e Comunicações, falou da importância das acessibilidades e de como o distrito de Santarém está no centro dessas acessibilidades, e na injustiça proporcionada a Tomar nos últimos anos pela sua perca de centralidade, salientado que só agora e com grande determinação essa injustiça está a ser reparada, evidenciando o empenho do Governo, através da conclusão do IC3 e do IC9, o que recolocará Tomar no centro das acessibilidades, com forte capacidade de mobilidade e ligação a outras áreas de potenciação económica, por exemplo no turismo com a ligação via IC9 a Alcobaça, Batalha e às praias, bem como da futura ligação ao novo aeroporto com a continuação do IC3 para sul, sendo o mesmo um enorme potencial económico, além de facilitar a vida aos cidadãos.
Felicitou o PS concelhio, desejando ao candidato socialista energia e trabalho, disponibilizando-se para toda a ajuda necessária uma vez reconquistada a Câmara, para a prossecução dessa visão de futuro capaz de liderar a reabilitação de Tomar, a uma cidade de referência no mínimo no contexto regional e nacional.