sábado, junho 27, 2009

PS faz VOTO DE SILÊNCIO na Assembleia Municipal

Porque tudo tem um limite, e a paciência também, os 10 elementos da bancada do PS na última Assembleia Municipal (Anabela Estanqueiro, Arlindo Nunes, Carlos Silva Lopes, Fernando Graça, Fernando Nunes, Hugo Costa, João Henriques, Luis Ferreira, Sandra Silva e Vera Simões), estiveram calados, tendo sido produzida a seguinte intervenção justificativa pelo Deputado Hugo Costa:



Faz agora cerca de um ano que nesta mesma sala o Partido Socialista apresentou uma moção de censura à péssima gestão do executivo PSD. Um ano corrido dessa mesma data e o Partido Socialista tem continuado de forma dura e não leviana a exigir o melhor para o concelho de Tomar e para os seus habitantes. Todos somos precisos para construir Tomar.

Contudo os nossos esforços e propostas têm sido de forma sectária esquecidos por esta maioria que nos desgoverna. Não interessa a este executivo se a proposta é ou não importante para o interesse dos habitantes do concelho, interessa única e exclusivamente ao PSD a cor política que apresenta a mesma. E caso seja o Partido Socialista, o voto contra é certo.

O desvario autista e autocrático tem vindo a agravar-se e as enormes lacunas por demais evidentes do executivo ultrapassam todos os limites do tolerável. Este executivo foi eleito sem programa, mas sem programa continuou ao longo de um mandato irregular e pouco coerente.

Nos últimos meses assistimos ao problema da crise económica e financeira baseada nos pressupostos liberais e anti-estado que o partido que vocês representam sempre teve nas leituras de mesa-de-cabeceira. E o que fez este executivo? NADA! Ficou parado em conversas vãs e através do controle político impediu que propostas sérias com dotação orçamental e com efeito prático fossem aprovadas. Qual a razão? Única e exclusivamente terem sido apresentadas pelo Partido Socialista. Ou não é verdade?

As opções políticas erradas destes últimos 12 anos foram imensas: o sempre triste encerramento do parque de campismo sem solução alternativa da qual o actual Presidente é co-responsável, as lombas que servem de muito a mecânicos, os pavilhões megalómanos, as rotundas sem visão, os parques de estacionamento com “buraco financeiro” temos de tudo um pouco. E tudo da responsabilidade do actual executivo. Mas o central é a falta de uma política com vista ao desenvolvimento económico do concelho, onde Tomar não exclua ninguém, mas inclua todos. Todos somos precisos.

A nível educativo perdemos uma grande oportunidade com este executivo. Uma carta educativa com curta visão do concelho como um todo foi o que nos foi apresentado. O Partido Socialista a seu tempo discordou. Mas não foi ouvido na ansiedade pouco democrática de calar a oposição socialista. O governo deu uma oportunidade a Tomar, mas o executivo PSD desperdiçou-a.

A nível de grandes obras públicas Tomar voltou a estar no mapa como resultado de uma visão política nacional que colocou o IC3 e o IC9 como eixos fulcrais no desenho rodoviário do país. Mas aqui, como noutros temas a falta de visão política tem sido total com a desvalorização das mesmas obras e o voto contra moções do Partido Socialista que as vinham saudar. Qual a razão do voto contra? Ser o PS a apresentar? Ou este executivo é mesmo contra o IC3 e IC9? Não julga importante a ligação a Coimbra e ao litoral?

O PS através da sua visão alargada de democracia veio pedir que se aplicasse as melhores práticas em Tomar, através da aprovação de um modelo de orçamento participativo. Mais uma vez assistiu-se ao medo democrático do PSD votando contra a participação dos cidadãos nas escolhas de todos. Com que objectivo?

Mas no ponto do Orçamento Participativo tivemos o momento cómico. Não é que vossa excelência, o Presidente disse que o mesmo era ilegal quando esta boa prática é aplicada um pouco por todo o pais, incluindo na própria capital Lisboa. Será que temos dezenas de autarcas a cometer ilegalidades? Ou é vossa excelência que não conhece a lei? Triste fado o deste concelho, estar mal gerido por um partido que só se vê a si próprio como Narciso.
Todos Somos Precisos.

Temos assistido nos últimos 12 anos à degradação do emprego no concelho, à incapacidade de uma resposta de habitação a custos controlados e como consequência a “fuga” dos habitantes do concelho para as grandes cidades ou para concelhos vizinhos. Será que na busca de soluções o PS foi ouvido? Não.
Será que não somos todos precisos?

A nível de Juventude muita coisa tem sido proposta e esquecida. Se a Casa de Juventude e a Pousada de Juventude descansam à espera de melhores dias, mesmo tendo sido aprovadas nesta casa. A interligação e a aposta nos alunos do IPT estão esquecidas. Enquanto tudo isso o sectarismo de votar contra a proposta da adaptação do Conselho Municipal de Juventude aos pressupostos legais vigentes. Qual a desculpa que os vossos jovens acólitos arranjam, agora que estamos quase a completar os 6 meses?
Todos somos Precisos. Votar contra só por ser de outro partido não é a nossa opção.

A degradação do comércio a olhos vistos no centro histórico, a incapacidade para criar empresas, o mal tratar dos empreendedores, a incapacidade de tornar Tomar um centro turístico de excelência foram marcas dos últimos 12 anos. Muito o Partido Socialista propôs para combater este amorfismo. Para onde foram as propostas? Para a mais funda gaveta sectária?

Porque acreditamos numa Geração Tomar, onde Todos Sejamos Precisos vamos desvalorizar o debate nesta Assembleia de hoje, nesta que é na prática a última do mandato, como forma de protesto à forma como correu o mesmo, onde o sectarismo do PSD imperou.

Quantos aos tomarenses sabem que podem contar com o PS para construir um concelho melhor rumo ao desenvolvimento económico e à construção de um concelho assente no emprego e na inclusão social.

Assim sendo, por todo o exposto a bancada do partido socialista não participará nos debates, pelo que ir-se-à manter em silêncio a partir deste momento e até ao final desta assembleia como forma de protesto.
Todos Somos, de facto, Precisos.

O Grupo Municipal Socialista, AM de 26 de Junho de 2009