quinta-feira, julho 19, 2012

PS propõe que Câmara de Tomar tome posição sobre Urgências Hospital

PROPOSTA
SITUAÇÃO DO HOSPITAL DE TOMAR

O dia 18 de julho de 2012, ficou marcado na história Tomarense não como uma data a celebrar mas sim como um dia que necessariamente deverá implicar mais uma jornada na defesa do acesso aos serviços de saúde por parte de uma população já de si afetada pela degradação da sua condição económica e social.

Foi neste dia publicado o relatório da CRRNEU (Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência), cuja nomeação foi feita por Despacho (n.º 13377/2011 de 23 de setembro) que tinha como objectivo: ”A nomeação e o trabalho da CRRNEU inscrevem-se na crescente preocupação com a construção em rede de uma resposta articulada para o doente em situação urgente ou emergente. Esta preocupação responde à justificada expectativa do cidadão em ter garantido o acesso a cuidados urgentes”. Esta é, aliás, a quarta comissão/grupo nomeado pelo Estado português nesta matéria.

Esta situação merece-nos os seguintes comentários:
1.       O encerramento da urgência da unidade hospitalar de Tomar é-nos apresentado como uma imposição da troika, quando verdadeiramente o que está em causa é o cumprimento de um programa ideológico e não uma necessidade inevitável.
2.       Em todo o processo de reestruturação do Centro Hospitalar do Médio Tejo, houve um denominador comum: o não envolvimento dos autarcas e das populações envolvidas. Também neste processo continua a existir o mesmo denominador: o não envolvimento de ninguém. Aliás esta é a estratégia deste governo, que estudo atrás de estudo, vem tirando recursos e serviços do interior, nunca se comprometendo com os mesmos, mas no fundo preparando as populações para os encerramentos.
3.       Existe claramente uma ideia por trás destas medidas: enfraquecer, esvaziar até ao limite um dos hospitais, até se tornar evidente o seu fecho e consequente privatização para a mesma ou outra finalidade. E pelo caminho que leva, a decisão do Governo parece ser clara: um dos hospitais a abater é o de Tomar. Mas se a opção é essa, que o assumam e expliquem à população o que ganha ela com isso.

4.       Aliás, o Governo assumiu já em resposta aos deputados do Partido Socialista que considera que a principal porta de entrada na admissão de doentes para a Medicina Interna são as urgências. Numa fase em que se discute a hipótese da Medicina Interna poder voltar a Tomar, este fato encerra qualquer possibilidade
5.       Mais consideramos, que uma real articulação entre os cuidados de saúde primários, vulgo Centros de Saúde, os cuidados hospitalares e os cuidados continuados, deveria ser o ponto de partida para uma reestruturação real e efectiva, com estudos de impacto na saúde e respectivas optimizações económicas e financeiras.
6.       Entendemos ainda, que tal como nas questões relacionadas com a reestruturação, todas as alterações a propor devem ser acompanhadas pelos estudos que comprovem a manutenção/melhoria dos serviços de saúde às populações, levando em linha de conta nas respectivas avaliações o acréscimo de gasto e risco pelas deslocações constantes entre as unidades que distam entre 30 a 40 Km, numa rede viária portajada e sem transportes públicos


Assim sendo os autarcas do PS propõem:
1. Que o executivo denuncie publicamente a falta de respeito institucional e das populações por parte da tutela, que se tem recusado reunir com os autarcas de Tomar, quando tem em cima da mesa um documento que visa em ultima instância o encerramento do hospital de Tomar;
2. Exigir à Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência que esclareça os critérios que levarão ao encerramento das Urgências no Hospital de Tomar;
3. Repudiar veementemente esta proposta que leva ao encerramento da Urgência do Hospital de Tomar.

(Esta proposta será discutida na continuação da reunião de Câmara de hoje, que se realiza no dia 30 de Julho de 2012)