segunda-feira, janeiro 20, 2014

PS EXIGE SINDICÂNCI​A NO CASO DAS FATURAS NÃO REGISTADAS NOS SERVIÇOS FINANCEIRO​S DA CÂMARA

COMUNICADO


Decorreram já três meses desde que todos os autarcas do município de Tomar tomaram posse para um novo mandato de quatro anos e, neste contexto, quer o PS de Tomar agradecer a global colaboração que quase todos têm dado à franca e séria discussão sobre os temas relevantes para o nosso Concelho.
A gestão do município tem procurado tratar com a elementar igualdade as carências das populações, independentemente do local do Concelho onde a ajuda é necessária, ou da cor política da respectiva junta de freguesia. Nesse sentido já se verificaram intervenções em locais tão distintos como Casal de Deus em S. Pedro, Linhaceira ou Manobra (Alviobeira).

O esforço dos mais de quinhentos funcionários e colaboradores do município, nos diferentes serviços municipais, tem sido recompensado pela presidente Anabela Freitas, primeiro com a reposição do horário de 35 horas semanais, depois com a dispensa dos adequados dias pelo Natal e Ano Novo, sem nenhum prejuízo para o público em geral, promovendo a conciliação da atividade laboral e a vida familiar. Iniciou também um processo de reposição da justiça – que vai levar alguns anos a concluir – pondo fim a um longo período em que o município foi palco de claras atropelos no sector da gestão de recursos humanos. Práticas que de forma reiterada violaram os mais básicos direitos dos trabalhadores e de valorização profissional, em reais e comprovadas medidas persecutórias, a algumas dezenas deles. Porém a preocupação de quem sempre foi conivente, pelo silêncio ou ativo pela participação em órgãos do município, é a de tentar que tudo fique como estava. Desenganem-se! O caminho não é por aí! De igual modo foram aplicadas as justificadas adaptações às regras e procedimentos internos, que permitirão prestar, globalmente, um melhor serviço a todos os munícipes a partir dos próximos meses.

Considera o PS, por isso, estranho, que em lugar de propor formas de corrigir os graves erros do passado, durante estes três meses, o centro da preocupação da oposição municipal – que durante 16 anos foi responsável pelo estado a que todos sabemos ter chegado – vise apenas as normais nomeações dos membros do gabinete de apoio político à presidência e vereação, ou com a situação de alguns dos antigos dirigentes da câmara.

O PS e Anabela Freitas prometeram MUDANÇA e acordaram com outros que era o FUTURO que interessava. Quem deseja continuar a andar para trás, terá oportunidade em Outubro de 2017 fazer esse caminho. Até lá, a estratégia na gestão municipal será sempre esta: procurar ser justo e solidário, melhorando a vida de todos, independentemente do poder de influência que tinham ou julgavam ter. Para o PS, Tomar é de TODOS e não apenas de alguns.

Assim, tem o PS a obrigação de informar que logo no primeiro dia de trabalho a presidente Anabela Freitas, foi confrontada com a penhora de viaturas do município, por incumprimento do pagamento de uma dívida de mais de 300.000€, entretanto já paga. Como pagas foram, neste período as dezenas de milhares de euros de dívidas aos bombeiros voluntários e as centenas de milhares de euros às associações de pais, a maioria delas desde Janeiro de 2013. Nesse esforço, foram também saldadas as pequenas dívidas, especialmente aos pequenos fornecedores do Concelho, esforço esse que vai continuar neste primeiro trimestre de 2014.

Conforme tem sido continuamente divulgado, é deplorável a situação em que se encontram os equipamentos, por exemplo de recolha do lixo, sem qualquer investimento significativo nos últimos 16 anos. Fato que levou a roturas constantes na eficaz recolha dos resíduos sólidos, ainda com consequências na saúde dos próprios trabalhadores que em Dezembro chegaram a conduzir viaturas com temperatura interior inferior a zero graus, por avaria permanente dos sistemas de aquecimento. Relembramos também a situação de total incúria relativamente às ambulâncias, ou carência de retroescavadoras para responder às solicitações. Isto tudo por falta de aquisição ou por ausência de pagamento aos fornecedores de serviços de manutenção, durante anos seguidos.

O empenho que a presidente e a vereação têm tido, na qualificação da capacidade produtiva instalada no município, tem passado pela realização do investimento no projeto IBM e futuro Parque de Inovação Tecnológico, junto ao Instituto Politécnico de Tomar e na reformulação e obras tendentes à abertura do mercado municipal de Tomar. Se a isso for aliada a alteração, e adaptação aos novos desafios, do regulamento da zona industrial (de 1983!), se percebe quantos anos de desenvolvimento têm passado, sem que Tomar os tenha aproveitado.

Infelizmente para todos, a situação financeira imediata que se herdou não permite ainda ir muito mais longe e, a existência de 61 processos em demanda judicial, com responsabilidades que podem superar os 10 milhões de euros, colocam em causa muito do que deveria estar já em marcha. Basta lembrar a urgente requalificação de imóveis para habitação social – para quem dela precisa –  ou a reparação de algumas das estradas e arruamentos municipais há mais de uma dezena de anos por terminar, incluindo algumas mesmo dentro da cidade.

Há no entanto uma situação em que o PS não pode deixar de exigir à sua presidente, e de todos os tomarenses, que atue a um nível mais elevado:

Ø  Constatadas que foram, no decurso destes três meses, várias situações anómalas de surgimento de faturas de fornecedores de bens e serviços – as quais ainda sem qualquer conferência ou registo informático –  e ascendendo a dezenas de milhares de euros, o que   colocam em causa, não só o valor real da dívida do município bem como o cumprimento das normas de controlo financeiro e legal junto do Ministério das Finanças; atinge acima de tudo a honorabilidade dos funcionários; e interfere com a capacidade da actual maioria política de esquerda de cumprir a sua missão de desenvolvimento local a que se comprometeu em 17 de Outubro.


Assim, exige o PS que seja solicitado à tutela a realização e uma sindicância ao processo das faturas guardadas e não declaradas nas contas do município, entretanto descobertas.